Macau diz que incêndio de Notre-Dame deve servir de alerta
O Governo de Macau lamentou o incêndio na catedral de Notre-Dame de Paris, sublinhando que este desastre deve servir “como uma referência para a proteção do património cultural” no território.
“O incidente fez com que a vigilância dos trabalhos de salvaguarda do património cultural de Macau aumentasse”, disse o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, durante uma reunião do Conselho do Património Cultural.
“O Instituto Cultural lamenta o sucedido na catedral de Notre-Dame”, lê-se no comunicado.
Os departamentos já foram instruídos “para reforçarem a comunicação com os proprietários ou responsáveis dos edifícios patrimoniais, a fim de salvaguardar conjuntamente o valioso património cultural de Macau”, disse.
De acordo com a mesma nota, Alexis Tam lembrou que já foi criada uma plataforma para os cidadãos poderem notificar “o estado dos edifícios patrimoniais”.
O incêndio na catedral de Notre-Dame, um dos edifícios icónicos de Paris e da arte gótica, foi declarado extinto pelas autoridades francesas pouco antes das 10:00 (09:00 em Lisboa), de terça-feira.
“O fogo foi extinto na sua totalidade. Agora é a fase dos especialistas”, declarou Gabriel Plus, numa conferência de imprensa em frente à catedral, em Paris.
O incêndio, que demorou cerca de 15 horas até ser extinto, começou na segunda-feira, cerca das 18:50 locais (17:50 em Lisboa).
A Procuradoria de Paris disse que os investigadores estavam a considerar o incêndio como um acidente.
No local, o Presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que o pior tinha sido evitado e prometeu que a catedral do século XII será reconstruída.
A estrutura do telhado de Notre-Dame foi devastada pelo fogo e sua torre de 93 metros desabou, mas o edifício com mais de 800 anos permaneceu de pé.
A tragédia de Notre-Dame gerou mensagens de pesar e de solidariedade de chefes de Estado e de Governo de vários países, incluindo Portugal, bem como do Vaticano e da ONU.
"Majestoso e sublime edifício", como escreveu em 1831 o escritor francês Victor Hugo no seu romance “Notre-Dame de Paris”, a catedral foi construída em 1163 e iniciou a função religiosa em 1182.
Miguel Mâncio