icon-ham
haitong

Macau/99: Edmund Ho enaltece identidade cultural dos macaenses

Arquivo Lusa 1999

Macau, 19 Abr (Lusa) - A identidade cultural dos macaenses é um factor de desenvolvimento do relacionamento de Macau com a União Europeia, defende o banqueiro Edmund Ho Hau Wah na sua plataforma de candidatura a chefe do executivo da futura Região Administrativa Especial de Macau (RAEM).

"A identidade cultural dos macaenses (naturais de Macau de ascendência portuguesa), o seu bilinguismo e os seus laços com Portugal são factores positivos para o desenvolvimento das relações  de Macau com os países da União Europeia e outros países latinos", diz o "programa de governo" apresentado hoje por Edmund Ho Hau Wah - 44 anos, considerado o favorito de Pequim para o cargo de primeiro "governador" de Macau depois da transferência da administração do território para a China em 20 de Dezembro.

A plataforma de candidatura de Edmund Ho Hau Wah - que é também vice-presidente da Assembleia Legislativa de Macau e presidente da Associação de Bancos local - defende princípios de "Harmonia Étnica" como fundamentais para a "preservação das características culturais de Macau".

"Todos os residentes de Macau, chineses, macaenses ou quaisquer outros, podem ter a certeza de que viverão em paz, gozando os frutos do seu trabalho", assegura o candidato.

Edmund Ho Hau Wah manifesta-se defensor da ideia de que "Macau deve estabelecer com firmeza a sua própria identidade profunda e unidade enraizada. As culturas chinesa e portuguesa misturaram-se e sobreviveram em conjunto em Macau graças à abertura e tolerância mútuas".

"Indubitavelmente, a validade cultural de Macau continuará a desenvolver-se no século XXI", afirma.

"O governo da RAEM deve acarinhar o valor e a continuidade da sociedade multi-cultural de Macau, promovendo de forma vigorosa a investigação académica, fomentando a criação literária e artística,  disponibilizando, ao mesmo tempo, um ambiente adequado à livre expressão e intercâmbio de ideias e conceitos", adianta.

Na plataforma de candidatura, Edmund Ho Hau Wah defende ainda que "no seu orçamento, é importante que o governo da RAEM dê prioridade máxima à educação".

Formado em gestão numa universidade do Canadá Edmund Ho Hau Wah é também membro do Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular chinesa, o "supremo órgão do poder de Estado" na China.

A plataforma de candidatura de Edmundo Ho Hau Wah inclui propostas em oito capítulos - Restauração da Legalidade e da Ordem; Reestruturação Económica; Administração Pública; Luta contra a Corrupção e Aposta num governo Impoluto; Educação, Juventude e Reconhecimento Profissional; Assistência Social; Harmonia Étnica e Missão Cultural.

Lusa/Fim