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Macau/99: Diversificação e aumento populacional para resolver problemas económicos

Arquivo Lusa 1999

Macau, 19 Abr (Lusa) - Diversificação, aumento populacional, reforma fiscal e criação de reservas financeiras são ferramentas de reestruturação da economia de Macau propostas na plataforma de  candidatura a chefe do executivo da futura Região Administrativa Especial (RAEM) apresentada hoje pelo banqueiro Edmund Ho Hau Wah.

"O aumento da população pode ajudar a satisfazer as necessidades actuais e serve os interesses de um desenvolvimento a longo prazo. Todavia, isso só é possível de uma forma planeada e gradual", defende Edmund Ho Hau Wah, 44 anos, considerado o favorito de Pequim para o cargo de primeiro "governador" de Macau, depois da transferência da administração do território para a China em 20 de Dezembro.

O "programa de governo" de Edmund Ho Hau Wah - que é também vice-presidente da Assembleia Legislativa de Macau e presidente da Associação de Bancos local - propõe, no capítulo "Reestruturação Económica" o aumento da população do território através da importação de mão-de-obra e da "imigração através de investimento".

Macau conta actualmente com cerca de 430.000 habitantes, numa área total de 21,45 quilómetros quadrados, dos quais a área urbana ocupa cerca de 13,5 quilómetros quadrados.

Para a diversificação da economia de Macau, Edmund Ho Hau Wah defende como "imperativo" o apoio tecnológico da China, mas ressalva que todo o processo de diversificação funcione "de acordo com o sistema de mercado livre".

O candidato a chefe do executivo defende ainda na área económica uma "fiscalização mais apertada" sobre a actividade dos casinos em Macau, "reforçar a supervisão sobre as empresas que prestam serviços de utilidade pública" e uma reforma fiscal para promover a competitividade do território e atrair investimento estrangeiro.

Edmund Ho Hau Wah defende ainda a criação de reservas financeiras - com base nos cerca de 10.000 milhões de patacas do Fundo de Terras - para apoio à economia em tempos difíceis e para projectos de desenvolvimento a longo prazo.

Como enquadramento das suas propostas de Reestruturação económica pós-transferência da administração, Edmund Ho Hau Wah faz um diagnóstico da actual situação em que considera que "Macau continua afectada por uma economia estagnada, tentando, sem resultados, encontrar uma solução".

"Macau não foi capaz de responder às alterações do mercado externo e de fomentar a sua competitividade através da redução de custos e da melhoria da qualidade dos seus produtos", diz Edmund Ho Hau Wah.

Formado em gestão numa universidade do Canadá, Edmund Ho Hau Wah é também membro do Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular chinesa, o "supremo órgão do poder de Estado" na China.

A plataforma de candidatura de Edmundo Ho Hau Wah inclui propostas em oito capítulos - Restauração da Legalidade e da Ordem; Reestruturação Económica; Administração Pública; Luta contra a Corrupção e Aposta num governo Impoluto; Educação, Juventude e Reconhecimento Profissional; Assistência Social; Harmonia Étnica e Missão Cultural.

Lusa/Fim