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Brasil quer seguir exemplos dos casinos de Macau

epa00874234 A student croupier training in the game of Baccarat, a gambling card game popular among Asians with casino chips at the International Club Games Training Centre (ICG) in Singapore on Thursday, 09 November 2006. ICG is a new Casino school for South East Asia launched in anticipation of the setting up of two new integrated Casino resorts in Singapore. The school does not only train future dealers in handling jetons and shuffling cards, but grooms them, too. Some students who start the six-months-course rather scruffy looking get a thorough make-over, and appear in pristine condition a few weeks later. Lessons are taken in black pants with veste and bow tie after that to pepare them for their future carrier. The first casino opens in Singapore in 2009.  EPA/HOW HWEE YOUNG

O presidente da Embratur – Instituto Brasileiro do Turismo disse, em entrevista à Lusa, que vai ser proposto ao Congresso a autorização de abertura de casinos em ‘resorts’ integrados como os de Macau e Singapura.

Gilson Machado Neto disse em Macau, à margem de um fórum internacional dedicado ao turismo, que há várias “ações ambiciosas” que vão ser enviadas ao Congresso brasileiro ainda este ano, mas que há também uma proposta que está a ser alvo de análise: a abertura de casinos no Brasil.

“Outra coisa que temos em mente é a liberalização de ‘clusters’ de resorts integrados como este [MGM, em Macau], de casino, no Brasil”, explicou.

“No Brasil o casino ainda é proibido”, lembrou, pelo que é necessário garantir uma mudança legislativa para concretizar esta aposta na indústria do jogo e do lazer.

“É esse modelo de Macau e de Singapura que nós estamos a estudar e vamos apresentar ao Congresso”, precisou Gilson Machado Neto.

Na capital do jogo mundial, onde são esperados cerca de 40 milhões de visitantes este ano, o ministro do Turismo brasileiro já tinha feito questão de apontar, na segunda-feira, uma das apostas para impulsionar ainda mais o turismo e o financiamento privado: os casinos.

“Quero lembrar que o [poder] legislativo no Brasil avalia regulamentar a operação de casinos em ‘resorts’ [integrados], abrindo grandes vias de investimento” no país, sublinhou Marcelo Álvaro António, à margem do Fórum de Economia de Turismo Global, que termina hoje em Macau.

Também na segunda-feira, em resposta a uma pergunta da Lusa, a empresária Pansy Ho disse que “a experiente indústria do jogo de Macau” veria com interesse um possível investimento no Brasil, caso o país opte pela abertura de casinos em ‘resorts’.

A multimilionária e acionista de referência de um dos operadores do jogo em Macau, a MGM China, frisou que não se pode esquecer que o Brasil “é uma das maiores economias da América Latina” e que o interesse dependerá sempre das condições futuras, de critérios e expectativas a serem definidos.

“Os operadores e ‘resorts’ integrados de Macau têm obviamente experiência e ‘know how’”, pelo que um investimento nesta área seria sempre atrativo, tanto para os promotores do jogo no território, como outros espalhados pelo mundo, sublinhou aquela que é também embaixadora da Organização Mundial do Turismo, agência especializada da ONU.

Macau, capital mundial do jogo e único território na China onde o jogo em casino é legal, registou, no ano passado, 302,846 mil milhões de patacas (32,796 mil milhões de euros) em receita do jogo, um aumento de 14% em relação face a 2017.

Em Macau existem três concessionárias (Sociedade de Jogos de Macau, Galaxy e Wynn resorts) e três subconcessionárias (Venetian, MGM Resorts e Melco), sendo que metade dos operadores têm capital norte-americano.