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Brasil exige que Fórum de Macau transforme recursos em “resultados concretos”

epa07993439 President of China, Xi Jinping (L) and President of Brazil, Jair Bolsonaro (R), shake hands during a press conference at the Itamaraty Palace in Brasilia, Brazil, 13 November 2019. The BRICs (Brazil, Russia, India, China and South Africa) holds the XI Summit of major emerging economies from 11 to 12 November, PresidentBolsonaro as the host.  EPA/ANDRE COELHO

O embaixador brasileiro em Pequim, Paulo Estivallet de Mesquita, disse que o Fórum de Macau é um mecanismo de cooperação "interessante", mas considerou ser importante começar a transformar os recursos disponíveis em resultados concretos.

"Nós partimos, às vezes, de uma declaração de disposição mútua para trabalharmos juntos, para cooperar, e fazer coisas, mas a dificuldade está em transformar isso em passos concretos", afirmou o diplomata à agência Lusa, em Pequim.

Paulo Estivallet de Mesquita considerou que é importante que o Fórum "comece a produzir resultados concretos".

No âmbito do Fórum de Macau, a China criou um Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento entre a China e os Países de Língua Portuguesa, no valor de mil milhões de dólares (879 mil milhões de euros), e gerido pelo Banco de Desenvolvimento da China (CDB, na sigla em inglês).

O diplomata brasileiro lembrou que "os chineses têm o hábito de fazer anúncios de grandes montantes de recursos disponíveis, mas que a "questão é transformar esses grandes volumes em projetos concretos".

Segundo revelou à Lusa, em junho passado, a secretária-geral do Fórum de Macau Xu Yingzhen, o fundo investiu até agora 120 milhões de dólares (105 milhões de euros) em cinco projetos: quatro em países lusófonos -- que não especificou - e um em Macau.

Empresários queixam-se da dificuldade em conseguir financiamento através do fundo, face às altas taxas de juro exigidas e difíceis de alcançar em projetos de infraestruturas.

O embaixador enfatizou, no entanto, que o Brasil continua "disposto" a trabalhar com o Fórum.

"Na medida em que o fórum de Macau possa ser um mecanismo de cooperação, em que se aproveitem as vantagens de uma atuação conjunta, que nos ajudem a superar até barreiras linguísticas no acesso à China ou os desafios de lidar com essa sociedade tão complexa, nós estamos interessados em participar", descreveu.

O Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa foi criado em outubro de 2003.

A instituição tem sede na Região Administrativa Especial de Macau e é formada por representantes da China, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

João Pimenta