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AR/Macau: PP apresenta diploma indemnização vítimas descolonização

Arquivo Lusa 1999

Lisboa, 14 Dez (Lusa) - O CDS-PP vai entregar quarta-feira na Assembleia da República um projecto de lei de "reparação dos efeitos da descolonização", anunciou hoje o presidente do partido e líder parlamentar, Paulo Portas.

O anúncio foi feito mesmo no final do debate parlamentar sobre Macau, no qual o PP fugiu do tom geral das intervenções, considerando que a substituição da bandeira portuguesa pela chinesa no território não é motivo de qualquer satisfação.

"Fazer história é importante mas fazer justiça é muito mais importante", justificou Paulo Portas, adiantando que é necessário "fazer justiça às centenas de milhares de portugueses que perderam os seus bens" e que foram "vítimas de um processo de descolonização".

"O processo de descolonização na Guiné-Bissau, Moçambique e Angola tem um passivo de populações dizimadas e de dignidade ferida", adiantou o líder popular no hemiciclo de São Bento.

Para o CDS-PP não há que ter vergonha do processo de colonização: "há países que lamentam bem menos a sua colonização apesar de ter sido bem pior do que a nossa", sublinhou.

A apresentação de um diploma para indemnizar os portugueses vindos das ex-colónias africanas vai permitir, segundo o líder popular, "ver se o Estado português é um Estado de direito ou um Estado de rapina".

Recusando a diabolização do tempo colonial, a que chamou a "história da carochinha da esquerda portuguesa", Paulo Portas afirmou que a apresentação do diploma de indemnização das vítimas da descolonização é imperativo para o "virar de página" na história portuguesa.

Neste ponto, Portas criticou o antigo presidente da República e fundador do PS Mário Soares, dizendo que este "devia estar calado em matéria de colonização" portuguesa, devido às responsabilidades que teve na descolonização.

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