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Polícia de Macau desmantela duas organizações criminosas no Ano Novo

Macau, China, 05 mar (Lusa) - A polícia de Macau anunciou hoje ter desmantelado duas organizações criminosas que operavam no território, durante operações preventivas durante o Ano Novo, que levaram ainda à identificação de mais de 7.600 suspeitos.


A "Operação Preventiva do Inverno 2019", entre 15 de janeiro e 14 de fevereiro e sob coordenação dos Serviços de Polícia Unitários (SPU), levou ao "desmantelamento de uma organização criminosa de burla, pela Polícia Judiciária (PJ), tendo sido detidos nove suspeitos e envolvendo valores superiores a cinco milhões de dólares de Hong Kong (561 mil euros)", informaram os SPU, em comunicado.


A polícia deteve ainda cinco pessoas suspeitas de integrarem "uma organização criminosa internacional" e que utilizavam de forma ilícita 50 cartões de crédito.


A "Operação Preventiva do Inverno 2019" mobilizou um total "de 5.769 agentes policiais", dos SPU, da PJ, do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) e dos Serviços de Alfândega.


Durante a operação foram identificados 7.658 indivíduos (...) dos quais 1804 foram conduzidos à polícia para efeitos de averiguações".


Entre os detidos, 413 pessoas foram "encaminhadas para o Ministério Público para efeitos de acusação" de crimes como "a troca ilícita de dinheiro (343 indivíduos) e o empréstimo ilícito de dinheiro (37 indivíduos), entre outros", de acordo com a mesma nota.


As operações de reforço da segurança, durante o período do Ano Novo chinês, em pontos turísticos, postos fronteiriços e locais de diversão, levaram ainda à expulsão de 861 pessoas de Macau.


Mais de 1,2 milhões de pessoas entraram em Macau entre 04 de fevereiro e 10 de fevereiro, na "semana dourada" do Ano Novo chinês deste ano.


Na semana passada, o secretário para a Segurança do território, Wong Sio Chak, alertou que o rápido desenvolvimento do jogo e do turismo pode agravar os riscos de segurança em Macau.


No ano passado foram instaurados 327 processos por crime de sequestro, contra 139 casos em 2017, e 568 processos pelo crime de usura, contra 440 em 2017. A maioria dos suspeitos e das vítimas não são residentes de Macau, e a maior parte dos casos ocorreu no interior dos casinos do território, destacou o secretário, durante a apresentação do balanço dos dados estatísticos da criminalidade em 2018.


A troca ilegal de moeda levou a polícia de Macau a realizar, em 2018, 913 operações de combate aos "burlões de troca de dinheiro", o que levou à repatriação de 3.050 pessoas e à aplicação de proibição de reentrada a 2.269.


Só em janeiro passado, o CPSP e a PJ "intercetaram um total de 545 burlões de troca de dinheiro". A maioria foi repatriada e 411 foram proibidos de voltar a entrar em Macau, indicou.


Em termos gerais, ao longo do ano passado, a polícia instaurou "um total de 14.365 inquéritos criminais", mais 72 casos do que em 2017 (mais 0,5%), enquanto a criminalidade violenta registou 647 casos, uma descida de 21% em relação aos 820 casos assinalados em 2017.


Macau, com mais de 656 mil habitantes, recebeu mais de 35 milhões de visitantes, no ano passado. Em janeiro, as receitas dos casinos rondaram os 25 mil milhões de patacas (cerca de 2,7 mil milhões de euros). O território é o único local na China onde o jogo em casino é legal.



MIM (EJ) // EJ


Lusa/Fim