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Macau à espera ainda dos benefícios da mega-ponte

A entrada do tunel da nova ligacao, junto ao aeroporto de Hong Kong, na nova ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, em Macau, China, 24 de outubro de 2018. A ponte é um marco do projeto de integração regional da Grande Baía, que visa criar uma metrópole mundial a partir dos territórios de Hong Kong, Macau e nove localidades da província chinesa de Guangdong (Cantão, Shenzhen, Zhuhai, Foshan, Huizhou, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen e Zhaoqing). GONÇALO LOBO PINHEIRO/LUSA

Um ano após a inauguração da ponte que liga Hong Kong, Zhuhai e Macau, os turistas têm a vida facilitada, mas o setor da logística de Macau continua arredado da nova travessia.

A ponte, aberta à circulação a 24 de outubro de 2018, “tem sido uma grande ajuda, especialmente para os turistas e para os residentes de Macau que querem utilizar o aeroporto de Hong Kong”, diz Kou Kun Pang, membro do Conselho Consultivo do Trânsito.

Quase 40,2 milhões de visitantes entraram em Macau nos últimos 12 meses, mais 5,6 milhões do que no período anterior, segundo cálculos da Lusa, com base em dados oficiais da Direção dos Serviços de Estatística e Censos da região.

Cerca de 5,35 milhões de turistas utilizaram a fronteira da ponte, considerada a maior travessia marítima do mundo. Pelo contrário, o número de visitantes a chegar a Macau de ‘ferry’ caiu 35,7 por cento nos últimos 12 meses.

“Vir para Macau diretamente através da ponte é mais fácil de organizar”, explica Kou.

Foram registados até ao final de Setembro passado mais de 33 mil autocarros a entrar ou a sair de Macau através da ponte, assim como perto de 214 mil veículos ligeiros.

De acordo com estimativas das três regiões, o volume diário de tráfego na ponte deverá atingir os 29.100 veículos em 2030 e 42 mil em 2037, enquanto o volume diário de passageiros poderá rondar os 126 mil e os 175 mil, respetivamente.

Kou Kun Pang acredita que o tráfego irá aumentar no futuro, nomeadamente após a atribuição pelo governo de Macau de mais 914 licenças de circulação de veículos ligeiros, num concurso que termina na quarta-feira.

Ainda assim, o presidente da filial em Macau do Chartered Institute of Logistics and Transport defende que a prioridade tem de ir para o transporte de mercadorias.

Não há dados oficiais sobre a carga que atravessa a ponte, mas o presidente da Associação de Logística e Transportes Internacionais de Macau, Victor Lei Kuok Fai, diz que o setor tem passado ao lado da nova travessia.

“As autoridades da China continental não autorizaram as empresas de Macau a trabalhar nesta ponte”, explica o empresário.

“Não sabemos porquê. Já perguntei tantas vezes no Conselho para o Desenvolvimento Económico, mas até agora não recebi qualquer resposta”, lamenta Victor Lei.

Kou Kun Pang acredita que o problema está nos procedimentos alfandegários necessários para transportar mercadoria de Hong Kong para Macau, assim como na falta de motoristas qualificados para conduzir veículos pesados.

Durante a construção da ponte, houve várias companhias aéreas interessadas em utilizar o aeroporto de Macau para trazer e levar mercadoria de Hong Kong e da China continental, revela Victor Lei. Mas no final só a Qatar Airways avançou em Outubro passado com dois voos semanais.

O empresário teme que, com a incerteza que paira sobre a economia global e os protestos que há meses afetam Hong Kong, a oportunidade já tenha passado.

 

Megaponte no sul da China recebeu mais de 14 milhões de passageiros num ano

 

A ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau (HKZM), a maior travessia marítima do mundo, recebeu mais de 14 milhões de passageiros e 1,5 milhões de veículos, desde a sua abertura há um ano, noticiou hoje a imprensa oficial.

Segundo a agência Xinhua, que cita uma fonte do posto fronteiriço da ponte, o número de passageiros e veículos tem vindo a crescer desde que a travessia foi aberta à circulação, em 24 de outubro de 2018.

A mesma fonte detalhou que o tráfego médio diário atingiu os 80.000 passageiros, durante o Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas, com um recorde de 113.000 passageiros, no dia 7 de fevereiro.

A ponte HKZM é um marco do projeto de integração regional da Grande Baía, que visa criar uma metrópole mundial a partir dos territórios de Hong Kong, Macau e nove localidades da província chinesa de Guangdong (Cantão, Shenzhen, Zhuhai, Foshan, Huizhou, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen e Zhaoqing).

A ponte custou aos governos de Macau e de Hong Kong e da província de Guangdong cerca de 1,9 mil milhões de euros.

A travessia "tem sido uma grande ajuda, especialmente para os turistas e para os residentes de Macau que querem utilizar o aeroporto de Hong Kong", disse à agência Lusa Kou Kun Pang, membro do Conselho Consultivo do Trânsito de Macau.

Quase 40,2 milhões de visitantes entraram em Macau nos últimos 12 meses, mais 5,6 milhões do que no período anterior, segundo cálculos da Lusa, com base em dados oficiais da Direção dos Serviços de Estatística e Censos da região.

Cerca de 5,35 milhões de turistas utilizaram a fronteira da ponte. Em sentido inverso, o número de visitantes a chegar a Macau de ‘ferry' caiu 35,7 por cento, nos últimos 12 meses.

Foram registados até ao final de setembro passado mais de 33 mil autocarros a entrar ou a sair de Macau através da ponte, assim como perto de 214 mil veículos ligeiros.

De acordo com estimativas das três regiões, o volume diário de tráfego na ponte deverá atingir os 29.100 veículos em 2030 e 42 mil em 2037, enquanto o volume diário de passageiros poderá rondar os 126 mil e os 175 mil, respetivamente.

 

Circulação alargada às viaturas privadas de Macau e de Hong Kong

A circulação de veículos privados na mega ponte que liga Macau, Hong Kong e Zhuhai, inaugurada há um ano, vai ser alargada a título experimental, com a atribuição de novos vistos para as três regiões, anunciaram as autoridades.

Segundo a Direção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), os veículos de Macau poderão, mediante a atribuição de vistos, atravessar o posto fronteiriço da Baía de Shenzhen. Já os veículos de Hong Kong terão 'luz verde' para passar o posto fronteiriço de Hengin.

"A medida é destinada a veículos já com quotas de circulação entre as três regiões, sendo-lhes atribuídos vistos que permitirão a passagem pelos postos fronteiriços de Shenzhen e de Hengqin", refere a DSAT. Prevê-se que após a fase experimental, a medida entre em vigor a partir do próximo ano.

O objetivo é, de acordo com a mesma entidade, garantir um maior aproveitamento daquela que é a maior travessia marítima do mundo e um marco do projeto de integração regional da Grande Baía.

No início do mês, as autoridades de Macau lançaram um concurso para atribuir mais 914 licenças para veículos ligeiros, um número a somar às 600 viaturas que já estão autorizadas a circular na ponte.

Para Hong Kong, que atravessa há mais de quatro meses a maior crise política desde a transferência do Reino Unido para a China, em 1997, a medida pode atrair mais visitantes do continente, cujo fluxo desceu significativamente desde o início dos protestos.

"O objetivo é aumentar gradualmente o fluxo e evitar que o volume de tráfego seja muito baixo. Caso contrário, a ponte perderá o seu propósito", afirmou o membro do Conselho Legislativo de Hong Kong Yiu Si-wingde, citado hoje pelo jornal South China Morning Post.

A ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau (HKZM) recebeu mais de 14 milhões de passageiros e 1,5 milhões de veículos, desde a sua abertura há um ano, noticiou na terça-feira a imprensa chinesa.

Segundo a agência de notícias estatal Xinhua, que cita uma fonte do posto fronteiriço da ponte, o número de passageiros e veículos tem vindo a crescer desde que a travessia foi aberta à circulação, em 24 de outubro de 2018.

A mesma fonte detalhou que o tráfego médio diário atingiu os 80.000 passageiros, durante o Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas, com um recorde de 113.000 passageiros, no dia 7 de fevereiro.

A ponte HKZM é um marco do projeto de integração regional da Grande Baía, que visa criar uma metrópole mundial a partir dos territórios de Hong Kong, Macau e nove localidades da província chinesa de Guangdong (Cantão, Shenzhen, Zhuhai, Foshan, Huizhou, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen e Zhaoqing).

A ponte custou aos governos de Macau e de Hong Kong e da província de Guangdong cerca de 1,9 mil milhões de euros.

A travessia "tem sido uma grande ajuda, especialmente para os turistas e para os residentes de Macau que querem utilizar o aeroporto de Hong Kong", disse na terça-feira à agência Lusa o membro do Conselho Consultivo do Trânsito de Macau Kou Kun Pang.

Cerca de 5,35 milhões de turistas utilizaram a fronteira da ponte. Em sentido inverso, o número de visitantes a chegar a Macau de ‘ferry' caiu 35,7 por cento, nos últimos 12 meses.

Foram registados até ao final de setembro passado mais de 33 mil autocarros a entrar ou a sair de Macau através da ponte, assim como perto de 214 mil veículos ligeiros.

De acordo com estimativas das três regiões, o volume diário de tráfego na ponte deverá atingir os 29.100 veículos em 2030 e 42 mil em 2037, enquanto o volume diário de passageiros poderá rondar os 126 mil e os 175 mil, respetivamente.

 

Vítor Quintã