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Embaixador chinês defende território como exemplo do princípio ‘um país, dois sistemas’

O embaixador da República Popular da China em Portugal, Cai Run, intervém durante a sessão solene comemorativa do 20.º Aniversário da Transferência da Administração Portuguesa de Macau, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, 04 de dezembro de 2019. MIGUEL A. LOPES/LUSA

O embaixador chinês em Portugal, Cai Run, afirma que os últimos 20 anos, desde a transferência da administração portuguesa de Macau para a China, foram “um período de práticas bem-sucedidas do princípio de ‘um país, dois sistemas’”.

“Nos últimos 20 anos, temos aderido ao princípio de ‘um país, dois sistemas’, ‘Macau governado pelas suas gentes’ e um alto grau de autonomia, assegurando a prosperidade e estabilidade de Macau”, para que as práticas sejam “estáveis e duradouras”, afirmou o embaixador, em Lisboa, numa sessão solene comemorativa do 20.º aniversário da transferência da administração portuguesa de Macau para a China.

O diplomata acrescentou que “o grande apoio do Governo central chinês e do interior da China” na Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) permitiu um crescimento rápido da economia da região.

“A economia de Macau tem crescido rápido, a vida do povo tem melhorado constantemente, a sociedade tem estado estável e harmoniosa”, referiu o embaixador chinês.

Cai Run acrescentou que, entre 1999 e 2018, o produto interno bruto (PIB) macaense “cresceu de 47,3 mil milhões de patacas para 440,3 mil milhões de patacas [de 5,3 mil milhões de euros para 49,3 mil milhões de euros]”.

O embaixador assinalou que, a nível social, Macau tem “uma sociedade pacífica e harmoniosa”.

“Os habitantes gozam de vida e trabalho felizes, enquanto as diferentes culturas convivem harmoniosamente”, referiu.

Cai Run sublinhou que o Governo central chinês “presta alta importância ao desenvolvimento de Macau” e que “apoia firmemente a administração” de acordo com a lei do Governo da RAEM.

Nesse sentido, o embaixador destacou também que o Governo de Xi Jinping “encoraja e apoia Macau” a integrar em iniciativas como a ‘Uma Faixa, Uma Rota’ – a nova Rota da Seda –, a construção da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau ou a Cooperação da Região do Pan-Delta do Rio das Pérolas.

Quanto às relações entre Portugal e China, o embaixador chinês em Portugal considerou que Macau tem “desempenhado um papel de ligação da amizade sino-portuguesa”.

“Nos últimos 20 anos, graças às suas vantagens singulares de idioma, história e cultura, à sua localização geográfica privilegiada, à sua infraestrutura e ambiente de negócios perfeitos, Macau vem sendo a ponte e plataforma de destaque entre a China e Portugal, assumindo importância cada vez maior no relacionamento entre China e os países de língua portuguesa”, frisou.

Cai Run destacou que as relações entre Portugal e China se encontram “no seu melhor momento” desde que foram estabelecidas, há 40 anos.

Para 2021, quando se assinala o 15.º aniversário do estabelecimento da Parceira Estratégica Global China-Portugal, o embaixador disse haver vontade da parte chinesa em “trabalhar juntamente com a parte portuguesa” para “impulsionar o desenvolvimento sustentável e saudável” dessa parceria.

A cerimónia, organizada pela Fundação Jorge Álvares, decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, e contou com intervenções também do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do antigo governador de Macau, general José Garcia Leandro, e do administrador da fundação, Guilherme d’Oliveira Martins.

A sessão solene teve ainda um momento musical protagonizado pelo músico português Rão Kyao.

 

Jorge Oliveira