Assalto obrigada a reforço dos casinos
As autoridades de Macau apelaram às operadoras de jogo que reforcem as medidas de segurança nos casinos, numa altura em que a Polícia Judiciária (PJ) está a investigar o roubo de fichas num valor superior a 340 mil euros.
No final de maio, a PJ anunciou, em conferência de imprensa, estar a investigar o roubo de fichas no valor de 3,1 milhões de dólares de Hong Kong (cerca de 342 mil euros), numa sala do casino do hotel Four Seasons destinada a grandes apostas.
Pelo menos um segurança e um 'croupier' foram atacados com gás pimenta. Os dois suspeitos, que utilizaram máscaras para não serem identificados, conseguiram fugir de táxi.
Na sequência do caso, a Direção de Inspeção e Coordenação de Jogos (DICJ) e a PJ convocaram uma reunião de emergência com as três concessionárias e as três subconcessionárias, durante a qual apelaram às operadoras que reforcem as medidas de segurança.
Entre outras recomendações, as operadores devem esforçar-se "na consolidação dos conhecimento dos seus trabalhadores e dirigentes, em matéria de gestão de riscos e de segurança" para "dar melhor resposta em situações de emergência", lê-se num comunicado.
No primeiro trimestre do ano, a criminalidade desceu 5,2% em Macau, mas os crimes violentos e os delitos relacionados com o jogo aumentaram. Até março, as autoridades registaram 82 sequestros.
Os números foram avançados este mês pelo secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, que ainda assim assegurou que o "aumento de casos de criminalidade grave e violenta" não foi suscetível de "influenciar a estabilidade de Macau"
Na mesma ocasião, Wong Sio Chak defendeu que o "desenvolvimento do setor do jogo não trouxe, até agora, consequências negativas para a segurança" do território.
O assalto ocorreu às 05:22 de sexta-feira (22:22 de quinta-feira em Lisboa) quando “dois indivíduos usaram um gás pimenta e pulverizaram o segurança e depois entraram dentro do casino e roubaram 31 fichas no valor de 100 mil dólares de Hong Kong cada, numa mesa de jogo”, disse o porta-voz da PJ Chan Wun Man, na conferência de imprensa.
Os dois suspeitos utilizaram máscaras para esconderem os rostos e não serem identificados, explicou.
“O casino registou um prejuízo de 3,1 milhões de dólares de Hong Kong”, apontou o responsável da PJ, acrescentando que os suspeitos também “atacaram um ‘croupier’ com gás pimenta e depois fugiram” de táxi.
“Os seguranças tentaram perseguir os suspeitos, mas não conseguiram”, referiu Chan Wun Man, explicando que o assalto demorou cerca de dois minutos e que as autoridades foram avisadas dez minutos mais tarde.
As fichas foram roubadas numa mesa de jogo de Bacará, numa sala do casino destinada a grandes apostas no ‘resort’ integrado localizado no Cotai, faixa de casinos.
Quanto às medidas de segurança a serem adotadas pelos operadores de jogo, Chan Wun Man afirmou que “cada empresa tem as suas políticas e têm a sua equipa de segurança e tomam as medidas de segurança necessárias e a Polícia não vai comentar sobre isso”, mas acrescentou que a Polícia “tem vindo a dar instruções a essas empresas para melhorarem e reforçarem as suas medidas de segurança”.
Francisca Sottomayor